quarta-feira, 26 de julho de 2017
segunda-feira, 10 de abril de 2017
A ponte
Autor: Heinz
Janisch
Ilustradora:
Helga Bansch
Em A ponte temos o
encontro de um gigante e de um urso. Os dois querem atravessar a mesma ponte,
ao mesmo tempo, mas nenhum está disposto a ceder para o outro, pois a ponte, por
ser muito estreita, não suporta que ambos passem ao mesmo tempo.
As sugestões
que eles dão não considera o desejo do outro de atravessar a ponte também.
Temos então a proposta do gigante de que o urso se jogue da ponte para que ele
possa passar, ou então do urso, dizendo que pode levar o gigante nas costas e
atravessar. Enfim, a resolução para o dilema toma como ponto de resolução
apenas o interesse individual.
A ilustração
do livro, por sua vez, revela que um único ponto de vista pode ser um equívoco.
Na realidade, várias perspectivas podem trazer muita riqueza para enxergar uma
história. Desde o começo da ilustração, os desenhos trazem a visão de vários personagens
sob o desenrolar do encontro do gigante e do urso.
De maneira
brilhante, a história é desenrolada. E em perfeita harmonia eles resolvem como
atravessarão a ponte.
Autor: Heinz Janisch
Ilustradora: Helga Bansch
Editora: Brinque-Book
Quantidade de páginas: 28
Assista
também ao vídeo do livro A ponte!
Esse coelho pertence a Emília Brown
Autora: Cressida Cowell
Ilustrador: Neal Layton
A heroína
que dá título a este livro, Emília Brown, é uma grande aventureira e criativa
criança que tem no coelho de pelúcia, Stanley, o seu melhor companheiro. Os dois
brincam o dia inteiro. E não é qualquer brincadeira, não! Eles percorrem
desertos escaldantes, mergulham nas profundezas do oceano, desafiam as mais
altas árvores da floresta amazônica.
O livro
apresenta a brincadeira como o espaço em que a criatividade infantil entra em
ação. Não há limites para a imaginação e todos os elementos trazidos por Emília
revelam a capacidade de transformar tudo em real, mesmo que seja somente dentro
da nossa cabeça.
O grande
problema da nossa heroína é que outra criança quer tomar o Stanley. Na verdade,
quer trocar o Stanley por outros brinquedos. A outra menina é uma rainha que
manda os seus serviçais negociar e, ao não ter sucesso em suas investidas,
resolve roubar o coelho da Emília.
A rainha age
de maneira duvidosa, mas Emília lhe ensina como transformar qualquer
brinquedo em algo especial e único.
Autora: Cressida Cowell
Ilustrador: Neal Layton
Editora: WMF Martins Fontes
Quantidade de páginas: 32
Assista
também ao vídeo do livro Esse coelho pertence a Emília Brown!
Elmer, o elefante xadre
Autor e
ilustrador: David Mckee
O que fazer
quando você é muito diferente dos demais integrantes de um grupo? Na história
de Elmer, o
elefante xadrez, temos uma manada de elefantes que é constituída por elefantes diferentes no tamanho, no peso, na idade; porém Elmer, o herói deste livro, tem a cor diferente dos demais elefantes.
Todos os
elefantes têm cor de elefante: algo próximo do cinza. Eles vivem em grupo e são
bem pacatos. Elmer se sobressai por sua cor xadrez colorido, mas também pelo seu humor: ele é
brincalhão e engraçado.
Um dia
enquanto todos dormem, Elmer decide ir embora porque está cansado de ser
diferente. A decisão chama atenção, afinal em nenhum momento Elmer é destratado
por ser xadrez colorido. Ainda assim, é difícil para ele lidar com suas
peculiaridades.
Enquanto
foge, Elmer encontra umas frutinhas capazes de deixá-lo com cor de elefante,
então ele se pinta todo. Ao voltar para o grupo, ninguém o reconhece. Elmer
também não reconhece o grupo, pois sem ele por perto, os demais elefantes ficam
em profundo silêncio.
Inquieto com
a calmaria dos demais elefantes, Elmer revela-se e todos ficam animados, pois
Elmer é aquele que diverte os demais com a sua alegria.
Nós leitores
também nos divertimos muito com esta história. E descobrimos que xadrez
colorido também pode ser cor de elefante.
Autor
e ilustrador: David Mckee
Editora:
WMF Martins Fontes
Quantidade de páginas: 32
Assista também ao vídeo do livro Elmer, o elefante xadrez!
sexta-feira, 24 de março de 2017
Obax
Autor e
ilustrador: André Neves
A história
de Obax trata principalmente da importância da oralidade. A personagem que dá nome
ao livro é uma grande contadora de histórias; cada aventura ganha ainda mais vivacidade quando ela pode contar para os outros moradores da comunidade.
A narrativa
se passa no continente africano, e essa menininha costuma passar os dias
correndo atrás de antílopes e girafas. Certo dia, Obax ver uma chuva de
flores; encantada com aquilo que tinha presenciado, logo vai contar para os demais moradores,
no entanto, ninguém acredita nela.
A descrença
em suas histórias deixa Obax desiludida e ela parte sozinha e sem rumo. No caminho
surge um elefante e os dois vivem grandes aventuras. Mas um dia Obax volta para
casa e nada mudou por ali, as pessoas continuam descrentes nas suas histórias.
É necessário
um acontecimento mágico para que as pessoas acreditem nas histórias de Obax. A
narrativa parece um reconto de uma história oral, mas o autor deixa claro ao
final do livro que essa é uma obra de ficção.
Autor e ilustrador: André Neves
Editora: Brinque-Book
Nº de páginas: 36
Assista também ao vídeo do livro
Obax!
Artur faz arte
Autor e
ilustrador: Patrick McDonnell
O desenho é
o primeiro domínio que a criança alcança
utilizando papel e lápis, muito depois virá o domínio da escrita. Na história de Artur faz arte acompanhamos o processo
de expressão artística de um menininho que faz rabiscos, desenhos abstratos
até alcançar o desenho figurado.
A ilustração
do livro é linda e reveladora. Há muitas cores no processo de descoberta do
Artur, por isso, as ilustrações são bastante coloridas e divertidas. E todo o processo
de expressar-se através do desenho, pressupõe a liberdade, seja ela física ou subjetiva, então ele surge desenhando ao seu modo, com muita independência e alegria.
O incentivo à expressão artística de Artur surge quando a sua mãe constrói uma grande exposição na porta da geladeira com os desenhos.
Autor e ilustrador: Patrick McDonnell
Editora: Girafinhas
Nº de páginas: 48
Assista
também ao vídeo do livro Artur faz arte!
A fome do lobo
Autora: Cláudia Maria de
Vasconcellos
Ilustração: Odilon Moraes
A fome do
lobo traz mais uma vez para a literatura infantil o lobo-mau, mas dessa vez o
lobo é um personagem que não consegue exercer o seu poder e acaba convencido por
suas presas a procurar uma presa melhor.
A história
começa com o lobo acordando e indo em busca da sua primeira refeição. Daí cada
animal que ele encontra tece vários e bons argumentos para escapar de ser comida de lobo. Nestes momentos a
narrativa traz o uso da inteligência de cada animal para superar a fome do lobo
e realmente funciona.
O livro também
tem a estratégia de reiterar as mesmas características assustadoras do lobo cada
vez que uma nova presa é escolhida, fazendo-nos crer que daquela vez a presa
não vai conseguir escapar. Com a tensão da história concebida a partir do
recurso de repetição acerca do lobo, a narrativa constrói uma ansiedade no leitor
para saber o que acontecerá no final.
A maior surpresa
de Fome de lobo é ver a ligação que a autora vez entre este lobo brasileiro e a
mais famosa história de lobo que temos no ocidente, a Chapeuzinho Vermelho.
Editora: Iluminuras
Autora: Cláudia Maria de
Vasconcellos
Ilustração: Odilon Moraes
Nº de páginas: 44
Assista também
ao vídeo do livro A fome do lobo!
quinta-feira, 23 de março de 2017
A bicicleta que tinha bigodes
Autor: Ondjaki
A bicicleta
que tinha bigodes é um livro infantil da literatura africana de língua portuguesa.
A história se passa em Luanda, capital de Angola. Assim como o Brasil, Angola
foi uma colônia portuguesa, no entanto, a região africana conseguiu independência
somente em 1975.
Na história
deste livro temos um grupo de crianças que embarcam na tentativa de participar
de um concurso literário. O prêmio para a história escolhida como melhor será
uma bicicleta. Na euforia da infância, essas crianças passam os dias seguintes
tentando pensar em uma história para escrever ou ainda, pensando em uma maneira
de conseguir uma história.
A narrativa aborda como a sociedade angolana está
articulada, a influência do Brasil, os sistemas políticos e econômicos em questão durante a década de 1980 (período em que se passa a
história!), a representação da infância, o olhar angolano acerca do mundo, a guerra civil angolana, etc.
A narrativa
de Ondjaki percorre páginas e páginas mantendo a poesia da oralidade, o olhar
humanista, a crença na coletividade. Com muitos planos, a leitura pode ser
feita baseada na aventura das crianças, mas também é possível perceber a
crítica ao sistema político e econômico de Angola e do mundo.
Acima de
tudo, a história defende as relações humanas que almejam o melhor para todos,
negando as ações egoístas que reforçam o individualismo. A bicicleta que tinha
bigodes é um romance regado de lirismo e humor sobre pessoas e seus sonhos.
Autor: Ondjaki
Editora: Pallas
Nº de páginas: 92
Assista
também ao vídeo do livro A bicicleta que tinha bigodes!
As aventuras de Pedro Coelho
Autora e
ilustradora: Beatrix Potter
O Pedro Coelho
já adentrou o círculo de obras clássicas da literatura infantil, por isso, de
alguma maneira, a imagem desse coelho de casaco azul está em nosso imaginário. A
edição brasileira traz vários momentos da ilustração do Pedro Coelho. Temos
desenhos em preto e branco e desenhos com a coloração diferente, provavelmente Beatrix
Potter fez mudanças no decorrer da recepção das histórias.
O livro As
aventuras de Pedro Coelho contém quatro histórias sobre um grupo de coelhos,
portanto, as histórias não são somente sobre Pedro, mas também sobre alguns
membros da sua família. As narrativas desenrolam de maneira simples; embora ocorram reviravoltas, não há muita tensão ou surpresa em seus desfechos.
As histórias
ganham a nossa atenção devido à maneira como determinados assuntos são tratados. Por
exemplo, temos a mãe de Pedro indicando aos filhos para tomarem cuidado pelas
redondezas, pois da última vez que o pai das crianças entrou na propriedade
errada, ele virou recheio de torta. A narrativa sem desvio pode nos pegar de surpresa e é o ponto alto das histórias.
A morte surge como algo possível de ocorrer a qualquer momento, e nem por isso é um impeditivo para viver a vida plenamente.
Os coelhinhos, na verdade, continuam aprontando muito. E o conselho
não serve para Pedro que continua entrando nas propriedades alheias para comer
legumes fresquinhos.
Autora e ilustradora: Beatrix
Potter
Editora: Companhia das Letrinhas
Quantidade de páginas: 93
Assista
também ao vídeo do livro As aventuras de Pedro Coelho!
O BGA - O Bom Gigante Amigo
Autor: Roald Dahl
Ilustrador: Quentin Blake
Este livro
começa com o rapto de uma criança por um gigante. A criança é Sofia, uma
menina que perdeu a mãe e o pai e que mora em um orfanato. O gigante é o BGA (o
Bom Gigante Amigo), responsável por distribuir os sonhos das pessoas.
Do encontro
desses dois, surge uma grande amizade embalada pela tarefa de salvar o mundo
dos demais gigantes que são grandes comedores de gente. Enquanto procuram
formas de impedir que os gigantes saiam pelo mundo devorando pessoas, nós
acompanhamos a amizade dessas duas criaturas singulares.
O BGA não
come gente porque acha errado, então ele come somente um vegetal chamado nabobrinha. Ele coleciona sonhos: os
bons, ele distribui para as pessoas; enquanto os ruins, ele guarda para que
ninguém tenha a experiência de um pesadelo. O BGA também tem uma característica
na fala responsável por parte do humor da narrativa, ele troca as palavras, as
letras, inventa novas palavras, etc.
Já Sofia é
uma menina corajosa, articulada e inteligente. Ela é uma perfeita representante
da heroína moderna: elabora planos para salvar o mundo, negocia com a rainha da
Inglaterra e coloca-se de maneira ativa diante da vida. Embora seja órfã, Sofia
não demonstra sofrimento, aceita a sua fortuna e se aventura no mundo com
aquilo que ele tem a lhe oferecer.
A obra do
Roald Dahl tem o poder de atingir pessoas de todas as idades e este livro não é
diferente. A cada página nos vemos encantados com os personagens e suas
aventuras.
Autor: Roald Dahl
Ilustrador: Quentin Blake
Editora: 34
Quantidade de páginas: 285
Assista também ao vídeo do livro
O BGA – O Bom Gigante Amigo!
terça-feira, 14 de março de 2017
A bruxinha atrapalhada
Autora e
ilustradora: Eva Furnari
Em A
bruxinha atrapalhada acompanhamos pequenas e variadas histórias de uma bruxa e
do seu fiel companheiro, um gatinho. Mais uma vez temos a representação da
bruxa na história infantil.
No entanto, a
personificação da bruxa neste livro acompanha as novas leituras que as bruxas
tiveram nas narrativas contemporâneas: a bruxinha atrapalhada é uma bruxa boa,
usa seus poderes de maneira divertida, além de ser uma criatura adorável.
As
narrativas são curtas e muito simples, cheias de criatividade e humor. Para as
crianças, o livro é ótimo porque possibilita autonomia, uma vez que não é
preciso a leitura de texto e sim a leitura das imagens. Além do mais, coloca em exercício a capacidade
de narrar, muitas vezes habilidade pouco praticada.
A bruxinha
atrapalhada é uma obra que tem um jogo poético de imagens, lançando mão do
encantamento que as bruxas e seus poderes sobrenaturais exercem sobre nós.
Autora e ilustradora: Eva Furnari
Editora: Global
Quantidade de páginas: 32 (livro
imagem)
Este livro foi considerado o
melhor livro imagem pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em
1982.
Assista
também ao vídeo do livro A bruxinha
atrapalhada!
sexta-feira, 3 de março de 2017
Uma princesa nada boba
Autor: Luiz Antonio
Ilustrador: Biel Carpenter
Quantas
histórias de princesas ouvimos durante toda a nossa vida? E quantas dessas
histórias saem do protótipo repetido inúmeras vezes em filmes, desenhos, contos
de fadas etc? O universo das princesas é cheio de mulheres/meninas dotadas de
uma beleza eurocêntrica, à espera de serem salvas pelo príncipe encantado. Acho
que a idealização de ser princesa foi propagada a partir do desejo de querermos
exclusividade e, talvez, até privilégios.
Pois bem, o
valor desse livro é trazer outras princesas para o repertório das princesas. A
personagem do livro, Stephanie, deseja ser uma princesa, mas sabe que não se
enquadra no padrão que predomina nos contos de fada, até que a avó resgata a
história de princesas africanas ou de origem africana. A protagonista passa a se
identificar como negra e a reconhecer a importância da cultura negra e das
culturas africanas.
Se no começo
da narrativa, a ilustração mostra a menina se escondendo debaixo de um guarda-chuva,
após conhecer princesas que trazem outros modelos de beleza, Stephanie começa a
se revelar. Ao final do livro há um pequeno texto que explica o conceito de
princesa e apresenta algumas mulheres que tiveram o título de princesa e quais
foram os seus feitos. Vale sempre lembrar que princesa é um título monárquico
que não significa beleza, felicidade e outras coisas.
Autor: Luiz Antonio
Ilustrador: Biel Carpenter
Editora: Cosac Naify
Quantidade de páginas: 64 (pouco
texto, letra imprensa)
Assista
também ao vídeo do livro Uma princesa nada boba!
Assinar:
Postagens (Atom)