terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Lulu adora a biblioteca

Autora: Anna McQuinn
Ilustradora: Rosalind Beardshaw



Lulu é uma criança pequena, talvez por volta dos 3 anos de idade, que adora livros e tem a ida à biblioteca como o seu passeio preferido. Por isso, Lulu aprendeu a acordar a mãe bem cedo quando sabe que vai à biblioteca, assim como já entendeu a rotina do passeio: é necessário recolher os livros que precisa devolver e levar o cartão de empréstimo.

O passeio é composto de várias atividades agradáveis, Lulu encontra os amigos, ouve histórias, devolve e escolhe novos livros para levar para casa. E para finalizar, a mãe de Lulu lê as histórias para a menina à noite antes de dormir.

O livro é um incentivo aos passeios às bibliotecas e, de alguma maneira, um incentivo para que nos apropriemos devidamente desses espaços maravilhosos. Também encoraja a iniciação das crianças no mundo dos livros o quanto antes. A ilustração do livro é lindíssima e acompanha muito bem o texto escrito, aumentando ainda mais o nosso encantamento por essa menininha adoradora de livros.

 








Autora: Anna McQuinn
Ilustradora: Rosalind Beardshaw
Editora: Pallas
Quantidade de páginas: 28


Também confira o vídeo do livro Lulu adora a biblioteca!

                          

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Nicolau tinha uma ideia

Autora: Ruth Rocha
Ilustração: Mariana Massarani



Cada personagem dessa história tem uma ideia que leva consigo, mas um deles, o Nicolau, além de carregar uma ideia, resolve contar a sua ideia para outra pessoa que, por sua vez, conta a sua.
Nicolau não para por aí, continua contando as ideias que têm para outras pessoas e também ouvindo as ideias que lhe contam. O resultado é o compartilhamento das ideias e a construção de um conhecimento que abrange o saber de várias pessoas.



A narrativa infere que a interação é o mecanismo necessário para o desenvolvimento das ideias e o que promove o conhecimento coletivo. O resultado é o desenvolvimento de todos.
O ambiente em que Nicolau está inserido permite que ele e os demais personagens compartilhem as ideias. As relações humanas estão alicerçadas de maneira que é possível falar sobre aquilo que conhece e há espaço para escutar o outro, assim todos podem se expressar. O conhecimento é muito limitado quando somente uma pessoa ou grupo controla as ideias que permeiam a sociedade, o bairro, a escola, a família.





O texto brinca que todo mundo tinha apenas uma ideia, a grande perspicácia foi compartilhar. Todos ganham quando trocamos aquilo que sabemos. Todos ganham quando ouvimos o outro.





Autora: Ruth Rocha

Ilustração: Mariana Massarani
Editora: Quinteto editorial
Quantidade de páginas: 34 (com pouco texto)
Neste post foi utilizada uma edição antiga do livro Nicolau tinha uma ideia. A edição atualmente comercializada é publicada por outra editora e com desenhos de outro ilustrador.



Confira também o vídeo sobre o livro Nicolau tinha uma ideia! 






quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A bruxinha inteligente

Autora e ilustradora: Lieve Baeten





Este livro faz parte de uma série de livros sobre uma bruxinha chamada Nita. As histórias se passam em um mundo mágico e como vamos descobrindo nos títulos da série, a personagem Nita é independente, curiosa e inteligente.
A ilustração da Lieve Baeten é muito detalhada, com muitas informações a serem descobertas nos desenhos, assim, as imagens contam também uma história, que não necessariamente é contada no texto escrito.



Neste título, a bruxinha Nita encontra uma mala em frente à sua porta e tenta abri-la, como não consegue, a bruxinha sai à procura de ajuda, mas ninguém consegue abrir a mala. Depois de ouvir que deveria desistir, afinal nenhum encanto consegue abrir a mala, Nita resolve a questão utilizando a sua inteligência, claro.

                                            





Em uma das tentativas em que foi feito um feitiço, tudo o que estava ao redor se abriu, exceto a mala, então Nita tem a ideia de jogar um contra feitiço, uma mágica para manter a mala fechada. Aí sim, a mala se abre. 
O título do livro revela uma característica sobre Nita, e o mais interessante é que ela mesma se considera inteligente; sem parecer arrogante, Nita tem consciência da sua sagacidade e valoriza isso. A bruxinha Nita é uma criança que vive em um mundo mágico, seus livros são cheios de aventuras e encantamentos.
A edição do livro é muito bonita; algumas páginas têm abas que ao abrirmos simula o movimento da ação, o antes e o depois da mágica; há uma cartinha que também é possível abrir. Todas as minúcias da ilustração torna a leitura ainda mais prazerosa desse livro.


                      





Autora e ilustradora: Lieve Baeten
Editora: Brinque-book
Quantidade de páginas: 28 (com pouco texto) 



             Confira também o vídeo sobre o livro A bruxinha inteligente!




sábado, 14 de janeiro de 2017

Agora não, Bernardo

Autor e ilustrador: David McKee


Este livro infantil fala de maneira evidente sobre a negligência de uma criança por seus pais. Percebemos que a mãe e o pai de Bernardo não lhe dão a devida atenção por meio do texto escrito e também através da ilustração.
O menino tenta contar aos pais que têm um monstro no jardim, mas nenhum deles dá atenção, respondendo simplesmente: agora, não Bernardo. A história nos mostra que até um simples oi é respondido com esta mesma frase.



























A ilustração revela o comportamento omisso dos pais de Bernardo, eles nunca olham para a criança e parecem manter os olhos fechados quando precisam falar com o filho.
Como seus pais não demonstraram qualquer preocupação por haver um monstro no jardim, o Bernardo vai conversar com o monstro e é comido por ele. O monstro, então, resolve entrar na casa de Bernardo e é tratado como se fosse a própria criança, ou seja, enquanto se comporta como um monstro, mordendo a perna do pai, quebrando os brinquedos do Bernardo, os pais continuam a repetir: Agora não, Bernardo.




Se não bastasse o impacto até aqui desse livrinho poderoso, o final nos deixa ainda mais sensibilizados. A mãe coloca o monstro para dormir, lhe dá boa noite e quando o monstro afirma que ele é um monstro, ela responde: Agora não, Bernardo.
O que vem na sequência é uma grande página em branco em que não cabe as nossas dúvidas e angústias. O que aconteceu com o Bernardo? Dá para questionar se o Bernardo foi comido mesmo pelo monstro, ou se é uma metáfora, da transformação do Bernardo em monstro. Muitas questões podem ser levantas a partir dessa história.





Autor e ilustrador: David McKee
Editora: wmf martins fontes
Quantidade de páginas: 32 páginas
Estrutura do texto: entre 1 e 2 linhas em cada página



Confira aqui o vídeo do livro Agora não, Bernardo!




Maria vai com as outras


Autora e ilustradora: Sylvia Orthof




O título do livro refere-se a uma expressão da língua portuguesa que significa alguém que não tem opinião pessoal e segue a opinião alheia.
A Maria da história é uma ovelha que faz parte de um rebanho que faz coisas muito estranhas, como ir ao pólo sul e ao deserto. As empreitadas do rebanho sempre resultam em problemas, as ovelhas ficam doentes e não é nem um pouco divertido.


Se nenhuma ovelha questiona os motivos de continuarem fazendo coisas que as colocam em perigo, Maria começa a se sentir incomodada quando tem que comer jiló, comida que ela odeia. A experiência de se ver obrigada a fazer algo que não quer de jeito nenhum coloca uma pulguinha atrás da orelha da ovelha.
Em uma nova empreitada escalando o Corcovado no Rio de Janeiro, as ovelhas, em sequência, pulam lá de cima e, claro, se machucam. Maria que já vinha ponderando sobre seguir a maioria sem reflexão nenhuma, resolve deixar o rebanho e viver a vida de acordo com as suas próprias ideias.



O texto da Sylvia Orthof é engraçado e uma ferramenta importante para nos ajudar a refletir de maneira crítica diante da vida e ir em busca da formação da nossa própria identidade.



Autora e ilustradora: Sylvia Orthof
Editora: Ática
Quantidade de páginas: 32
Estrutura do texto: entre 1 e 3 linhas por página




Confira também o vídeo sobre o livro Maria vai com as outras!







sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Mapa de sonhos


Autor e ilustrador: Uri Shulevitz




Mapa de sonhos conta a história da infância de Uri Shulevitz, autor e ilustrador desse livro. Aos quatro anos, ele e sua família fugiram da Polônia seguindo sentido leste, pois havia estourado a Segunda Guerra Mundial. A família se estabeleceu por alguns anos onde hoje é o Cazaquistão, eles viviam de maneira precária e com dificuldades para se alimentar, por isso, nos surpreendemos nesta história quando o pai do menino resolve comprar um mapa-múndi ao invés de comida.




Embora toda a família sinta fome, o mapa tem um significado importante para a resistência diante de tempos difíceis. Uri passa horas imaginando como é viver em todos aqueles lugares, por vezes, ele desenha o mapa. A imaginação ajuda o menino a atravessar a pobreza, a fome e a sonhar por um lugar melhor para viver. O pai não comprou somente o mapa, mas construiu a esperança de uma vida melhor.



Na página final do livro temos um pouco sobre a história do autor e algumas evidências do período como refugiado, uma foto do Uri aos sete ou oito anos, o desenho de um mapa que registra o lado ocidental do continente africano com os nomes dos países escrito em alfabeto cirílico (o território em que a família de Uri se estabeleceu estava sob influência da URSS!) e um quadrinho no estilo Tintim do período pós-guerra quando a família morou em Paris.

O tema dessa história infantil continua pertinente à realidade de hoje, infelizmente. O livro é maravilhoso por não nos deixar esquecer a experiência da guerra para as crianças e o impacto em suas vidas. Obrigada, Uri.



Autor e ilustrador: Uri Shulevitz
Editora: wmf Martins fontes

Quantidade de páginas: 32 (com pouco texto)


Confira também o vídeo sobre o livro Mapa de sonhos!